Avante camarada, que me dói tudo!

É mesmo isso. Três dias a andar de um lado para o outro no Avante deixaram-me uma bela recordação: dói-me tudo. Costas, ombros, pernas...

Tudo começou na Sexta-feira quando a minha melhor amiga e o pai dela me vieram buscar a casa. Malas às costas, lá fomos nós então até à casa dela - não sem antes passarmos na Junta de Freguesia para levar a bomba para encher o colchão, que ia ser a minha cama, emprestada.

O dia estava mau. Estava chuva e não estava calor nenhum. Curiosamente ou não, quando demos início ao caminho até ao Avante não chovia e estava-se bem na rua *ainda bem*.

No caminho, mesmo quase a chegar ao local da festa, ia tendo um ataque cardíaco. Numa curva apertava devido ao grande número de carros que por ali estavam estacionados, o pai da Jéssica teve que travar a fundo ou um autocarro que vinha a grande velocidade - volto a dizer, numa curva - ia-nos batendo. Sou totalmente sincera quando digo que o autocarro não deve ter levado o espelho do carro por um centímetro. A minha reacção foi fechar os olhos devido ao susto e sentir-me toda a tremer devido à proximidade com que ele passou por nós. Juro, o homem devia ser doido. Que medo! A Jéssica que ia no lado contrário ao que o autocarro passou encolheu-se toda, imaginem eu!

Mal passámos as grades que ficam antes da entrada principal ouvia-se em alto e bom som Hurricane. Não sei se de uma Tv ou de rádio, o que importa é que eu e a minha melhor amiga ficámos a cantá-la e eu toda animada :D - CLARO, ora pois!

Alguns minutos a andar e não é que fiquei com uma dor mesmo a seguir à virilha da perna direita que me durou pelos três dias? É, os três. Mal conseguia levantar a perna e tudo. Foi horrível!

Bem, como o primeiro dia é o mais calmo - se bem que, sendo a minha segunda vez a ir ao Avante, estava muita gente mesmo - vimos tudo o que havia para ver. Tantos óculos wannabe de todas as cores possíveis *-* Ai!

Vi um amigo meu e da Jéssica e também o melhor amigo dela e foi giro rever o nosso amigo - em comum. Já não o via há algum tempo. Se bem que ele estava mais maroto que o costume (efeito do álcool) e ele está bastante buff (expressão utilizada por mim e pela minha Jéssica, que é =musculado=parece um armário xD)

Enfim, o primeiro dia foi dedicado à Ópera. Depois da música tão habitual e do fogo de artifício regressámos a casa.

No dia seguinte, o André, primo da Jéssica, também foi connosco. No primeiro dia ele não foi porque tinha treino de futebol e acabava tarde, mas no segundo dia (e terceiro) ele foi.

Foi hilário. Nós parecíamos sei lá o quê, os três, com óculos wannabe, cada um com a sua cor: eu azul, a Jéssica de rosa e o André de branco. Ahah, foi engraçado :p

Vimos os Tóca a Rufar e depois de vermos uma vez mais o recinto (para o André poder ver o que não tinha visto ainda por não ter ido no dia anterior) fomos para um sítio habitual, onde estendemos uma toalhita e vá, toca de deitar no chão :D Nessa noite actuaram os Suspensórios ao Sol, mais conhecidos por Expensive Soul :D O porquê deste nome? O André nunca acertava no nome deles. Nessa noite eles tiveram tantos acrónimos que nem imaginam. 'Pensive Soul', 'Cspensive Soul'. A Jéssica decidiu dar-lhes um novo nome e ficou aquele :D

Nessa mesma noite ainda consegui estar com o meu amigo João, que já não via há muito tempo. Como sempre, claro, ele teve que implicar o mais que pôde comigo e melhor: ele também dizia Pensive Soul, ahahah. Ri tanto com ele. Aquele moço era bom para a comédia, honestly. Depois da música e do fogo, foi hora de me despedir dele e de sairmos do recinto.

Nessa noite - a que nos deitámos mais tarde - estávamos todos estafados. O André já dormitava ao meu lado no carro; a Jéssica, constipada, também já dormitava - se bem que depois acordava. O pai dela dizia-me para dormir no caminho, mas a viagem não é assim tão grande e eu não conseguia!

Quando chegámos a casa foi o paraíso. Que bom que foi meter-me na cama, ainda que mal conseguindo levantar a perna!

No dia seguinte - e último - estávamos ainda cansados do anterior, mas lá fomos nós. O dia que fomos mais cedo, mas que também regressaríamos cedo pois ao Domingo a festa acaba sempre mais cedo.

Levámos almoço e almoçámos por lá. Depois demos uma volta por todo o recinto para comprar algumas lembranças e fomos então para o sítio do costume para esperar pelo tão desejado concerto dos Xutos e Pontapés.

Antes do concerto deles foi a vez dos Amor Electro actuarem. A banda é recente e, apesar de não terem muitas - ou apenas uma - músicas deles, posso dizer-vos que a rapariga tem uma grande voz. Mesmo. Ela até chorou por ser a vez que cantava com mais público, que fofa :) E ela é tão 'piquena', eheh.

Antes do concerto dos Xutos estive novamente com o meu amigo João onde ri mais um pouco, mas quando o concerto deles estava prestes a começar ele foi andando.

Depois do concerto deles aproximámo-nos mais do palco - não para a frente, nada a ver, apenas para fugir de cartazes e da barraca dos gelados, lol - para termos um melhor panorama da coisa.

Descrevo o concerto apenas numa palavra: perfeito. Sério gente. Não sei se têm noção do tamanho da quinta onde é o Avante, mas se têm, estava cheio. Literalmente. Se não têm, imaginem o Pavilhão Atlântico - sem a parte de cima - cheio mas ainda com muito mais gente para os lados (porque aquilo é grande em largura e não altura :D).

As palmas, cantarmos todos juntos, desafiarmos o Kalú :D Foi óptimo. Maravilhoso. Eu tive os meus ataques histéricos que até deixei a mãe da Jéssica a rir à gargalhada, ahah xD O pai dela cantava mais que eu, LOL.

Uma das partes mais cómicas aquando do concerto foi quando três pessoas - duas raparigas e um rapaz - tentaram passar por nós. Não eram os primeiros, ali o nosso lugar parecia que tinha mel, mas quando aquela tipa com cara de azeda se tentou meter eu decidi que ela não ia passar e fechei-me com a Jéssica. E ela não passou e ponto, ahah. Às tantas ouvimo-la a falar ao telemóvel com alguém a dizer: não, estou cá para trás. Há pessoas muito antipáticas então não conseguimos ir até aí. Eu não vou de modas e começo a mexer no cabelo e a dizer que a carapuça me estava a servir tão bem, tal como a Jéssica, mas alto, para ela ouvir. E nós vá de rir. A tipa depois diz: é pena é que as pessoas a quem a carapuça deve servir não se apercebam. E eu e a Jéssica a dizer que estávamos a perceber muito bem e vá de mexer no cabelo xD Priceless, ahah. Tipo amiga, com tanto sítio só podias passar por nós?! Temos pele. Hasta!

E pronto. O concerto foi brutal, as músicas mais conhecidas tocadas... segundo a Jéssica posso formar uma banda porque faço a parte principal e o coro - ela ouviu-me a fazer isso numa música - e ao longo do concerto eu fui dizendo mais coisas que me podiam permitir fazer uma banda: servia de segurança, dançarina, etc.

Assim que eles saíram do palco corremos para perto da avó da Jéssica, onde tínhamos deixado as malas, para ouvir a música da festa e para ver o fogo. Foi awesome. Dançámos, saltámos, batemos palmas... até me caíram cinzas em cima.

Assim que terminou, abandonámos o recinto. Nem parecia que na noite anterior estávamos a morrer tal era a nossa energia. Estávamos com a pica toda, mesmo.

Não dormimos na casa da minha melhor amiga porque no dia seguinte ela tinha uma consulta cedo e os pais dela queriam que descansássemos então levaram-nos a casa.

E pronto, depois de três dias a conviver com uma pessoa constipada, também o estou e as dores de costas, pernas e ombros continuam.

Avante camarada, que me dói tudo! :D